"O evangelho, em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem o conhecimento e a aplicação de todos os detalhes. ... A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida."


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Livro Renúncia
2ª Parte - cap. III - Testemunhos de fé



Onde estiveres

“E, percorria toda a Galileia, ensinado nas sinagogas deles, proclamando o Evangelho do Reino, curando toda doença e toda a enfermidade entre o povo.”
Mateus 4:23

Devotos numerosos acorrem aos templos instituídos a fim de ali colocar os seus testemunhos de fé perante diferentes altares. Nas igrejas destinadas ao culto católico, os ritos e os símbolos despertam a reverência com que corações procuram harmonizar-se aos designíos da Boa Nova. Nos cultos evangélicos a comunhão representa a força através da qual as manifestações do mais alto vem ao encontro dos que dela necessitam. Nas reuniões espíritas cristãs o estudo e a reflexão irrigam os canais da esperança e do consolo. Todas elas dignas das mais profundas manifestações de respeito e consideração.

Reconheçamos, contudo, que larga maioria atende aos impositivos da conduta cristã crendo que transpostos os muros e cercas que separam o mundo exterior do recinto íntimo da comunhão encontrarão os compromissos diluídos ante as exigências da vida comum. Tal conduta, se compreendida face ao direito ao livre arbítreo que cada qual desfruta sob o império da consciência, poderá ser melhor avaliada quando a confrontamos com a forma de agir do próprio Cristo.

Ensinou ele nas sinagogas de sua época, como hoje ainda temos o seu verbo reverberando nos locais destinados aos cultos e reuniões que se revestem dos compromissos legítimos com o Evangelho.

Mas, o seu ministério não se deteve ao círculo das proclamações verbais. Narra-nos o texto do evangelista que Ele percorria toda a Galiléia, demonstrando o seu compromisso com a edificação do mundo inteiro como oficina de luz para a redenção dos povos.

Curava toda a enfermidade e todas as doenças no meio do provo e preciso é que compreendamos que por doenças e enfermidades não devemos nos restringir às manifestações meramente físicas uma vez que frequentemente corpos saudáveis ocultam almas profundamente enfermiças e situações aparentes de equilíbrio orgânico escondem dores atrozes nos recôndito do coração.

Assim, se queremos seguí-Lo verdadeiramente é justo que nos dirijamos aos locais de agremiação religiosas, mas, se pretendemos ombreá—lo em Sua obra de edificação do Reino de Deus sobre a Terra, lembremo-nos que em todos os círculos que frequentamos Ele também está curando e fortalecendo, ensinando e agindo.

E nós, o que fazemos nestes momentos em que encontramos o Cristo nos locais de trabalho, nas escolas, nos ambientes de convívio social. Unimos forças para socorrer e amparar, exemplificar e servir, ou nos conformamos ao papeis cômodos que oscilam da indiferença ao instigamento dos elementos menos felizes, acrescentando pedras ao caminho que o Divino Amigo busca aplainar?

Um comentário:

  1. Texto primoroso. Gostei particularmente da pergunta final: "e nós, o que fazemos?".

    Continue com o trabalho. Ele é pura luz!

    Abraço fraterno,
    Issana

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