"O evangelho, em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem o conhecimento e a aplicação de todos os detalhes. ... A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida."


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Livro Renúncia
2ª Parte - cap. III - Testemunhos de fé



Socorro e ação

“Enquanto ele dizia essas coisas, eis que um chefe, que viera para ali, o reverenciava, dizendo: Minha filha faleceu agora, mas vem impor tua mão sobre ela, e ela viverá.”

Mateus 9:18

       A imagem daquele homem que procura Jesus buscando o socorro em um momento de profunda dor, reflete para todos os aprendizes do Evangelho um símbolo da mais elevada expressão.
                
       Tendo o chefe da sinagoga, sob suas mãos, a liderança da agremiação surgida nos tempos do cativeiro da Babilônia, séculos antes, respondia ele pelas atividades cujo fim eram manter vivos no seio da comunidade, os traços de afeto, fé e reflexão. Gozava de respeito e consideração. Tinha subordinados. Orientava e esclarecia.
           
       Apesar de todas essas condições, que talvez o fizessem invejado por aqueles que avaliam as experiências humanas meramente em seus aspectos superficiais, a dor e a perda não lhe pouparam o lar alegre. Sua filha padecia de grave enfermidade, que chegara ao ponto de subtrair-lhe à convivência doméstica.
        
       Diante de tão dolorosa experiência ele assume uma posição resoluta. Não se entrega ao desespero nem se perde em lamentações. Não busca culpados ou condena-se à incapacidade de agir. Levanta-se e vai, pessoalmente, em busca do socorro junto ao Mestre, encontrando-O e atividade junto aos discípulos. Lá chegando, reverencia-O, reconhecendo Nele alguém capaz de ajudá-lo e pede auxílio em favor da filhinha.
                
       Tal conduta representa preciosa orientação para todos os que estagiam nas lides do mundo.
             
      Se te encontras em curso, pela experiência terrena, cedo ou tarde o sofrimento e a perda podem bater-lhe à porta, arrancando-te afeições ou destruindo conquistas logradas através do esforço e da dedicação.
                
       Quanto te encontrares nesse campo de provas, recorda aquele pai e não ceda espaço ao desespero ou à lamúria. Reúne o que te resta de forças e, abandonando o mar das lamentações, onde muitos se afogam, vai ao encontro do Cristo. Certamente O encontrará em atividade junto daqueles que buscam ouvir-lhe e praticar-lhe os ensinos, porque a atividade salvadora do Mestre não cessa. Entrega-Lhe, então, a tua rogativa e, reconhecendo Nele a fonte de Misericórdia e Amor capaz de aliviar-lhe o sofrimento, terá fortalecida a tua esperança abrindo-lhe novos horizontes de soluções para os problemas antes considerados insolúveis.
                
      Nos passos mais difíceis da vida, recorda que tens ao teu alcance o auxílio constante do Alto, bastando para alcança-lo que te predisponhas a refletir e agir.
              
      Assim fazendo perceberás que, aqui e além, o Mestre segue renovando esperanças e espargindo luz e compreensão para que, em circunstância alguma, nos distanciemos do Amor Infinito que rege nossos destinos.
                

Refletindo sobre a paz (3)

"Depois de regulares períodos de paz e ordem, a alma é visitada pela aflição que, em nome da Sabedoria divina, lhe afere os valores e conquistas."

Emmanuel
Reformador, jun. 1954, p. 143

Refletindo sobre a paz (2)

"Paciência não é conformismo; é reconhecimento da dificuldade existente, com a disposição de afastá-la
sem atitude extremista. Nem deserção da esfera de luta e nem choro improfícuo na hora do sofrimento."
                                                                                                                                           Emmanuel

Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 23

Reflexões sobre a fé (1)

"Estima no dever irrepreensivelmente cumprido, seja no lar ou na profissão, na vida particular ou na atividade pública o alicerce da pregação de sua própria fé."
Emmanuel

Livro da esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 66

Refletindo sobre a paz

"A paz decorre da quitação de nossa consciência para com a vida, e o trabalho reside na base
de semelhante equilíbrio."
 
                                                                                                                                                    Emmanuel


Do livro Fonte viva. Ed. FEB. Cap. 136

Vielas e sinagogas

"Portanto, quando deres dádiva não trombeteies diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas vielas, para serem louvados pelos homens. Amém, {eu} vos  digo que estão recebendo sua recompensa."
Mateus 6:02 

      Quantas criaturas caminham pelas estradas humanas buscando encontrar ali as fontes de iluminação e paz que lhes atendam aos anseios de realização e crescimento e cedo descobrem que o caminho da ilusão conduz inevitavelmente ao desfiladeiro sombrio da frustração?

     Entregam-se às conquistas aparentemente grandiosas e libertadores, para perceberem-se na posse de quinquilharias sem valor legítimo e oprimidos ante as limitações que impuseram a si mesmos. 

     Transitam na estrada da fama, comprometendo tempo e esforço, conquistando, mais tarde, o podium da solidão.

     Navegam pelos mares da notoriedade passageira, aportando, vencidos, no cais do esquecimento. 

     Sobem os montes da fortuna, encontrando, no topo gélido, as afeições artificiais.  
     
     É certo que se estamos no mundo não é para que dele nos apartemos vestindo a túnica da falsa santidade e olvidando os compromissos de auto transformação através da cooperação com o bem comum que compete a todos nós. Isso, contudo, não deve ocultar o fato de que as realizações da senda material representam elaborações transitórias cujo propósito centra-se na conquista do ser imortal que cada qual é em essência. 
     
      As vielas e sinagogas, simbolizando todos os locais onde é mais fácil encontrar o reconhecimento ruidoso da multidão, convertem-se em perigoso mercado de troca em que se empenham tempo e energia, recebendo, por sua vez o calor momentâneo da brasa que se converterá em cinza. 

      O ensino do Cristo, nesse aspecto, não representa mera crítica à conduta desse ou daquele aprendiz desavisado que traz, ainda, a necessidade do aplauso e do reconhecimento público. Ele consiste em preciosa orientação para todos os que desejem, sinceramente, empreender realizações cujos resultados não se situem no campo das obras perecíveis, mas avancem na direção das conquistas imortais. 

      A ajuda silenciosa é oportunidade libertadora. 

     O socorro desinteressado é o sustentáculo da paz. 

     O sacrifício oculto é edificação de fortaleza íntima.

    Aprendamos com o Mestre que, no que concerne às conquistas e realizações perenes, a aprovação da consciência e o amparo do alto valem mais do que o louvor de mil vozes. 

Seguidores


"E seguiram-no turbas numerosas da Galileia, de Decápole, de Jerusalém, da Judeia e do outro lado do Jordão"
Mateus 4:25

     No registro da história poderemos encontrar conquistadores que submeteram povos inteiros ao seu jugo para encontrar, mais tarde, o pó e o esquecimento como derradeiros tributos. 
     Líderes variados que apontando novos rumos e ideias foram ultrapassados pela evolução natural dos tempos. 
     Inovadores louváveis trazendo novas luzes ao progresso humano, que brilharam por um tempo até serem ofuscados por outras conquistas do intelecto. 
     Todos, invariavelmente, caminharam à frente por algum tempo e foram superados pela força do progresso coletivo ou individual. 
     Com o Cristo, contudo, ocorre algo diferente. 
     Muitos seguem-no recolhendo os ensinos que Ele nos dispensou como rosas preciosas a embelezar o ramalhete de promessas, mas, quando defrontam os espinhos da abnegação e da tolerância necessárias, paralisam a marcha, estacionando a caminhada. 
     Vários buscam iluminar a fé no exemplo do Mestre, compreendendo nele a luz do mundo, contudo, quando as sombras internas reclamam o concurso da reforma íntima, ou quando as dores exigem o olhar além do horizonte limitado em que o sofrimento se circunscreve, reconhecem-se sem brilho interior e passam a andar vacilantemente, tropeçando, aqui e ali face a escuridão em que se demoram. 
     Famintos de paz secundam o Divino Amigo por nele encontrarem o pão da vida, mas, basta que algum desafortunado lhe estenda a mão para revelarem-se celeiros lacrados onde o trigo apodrece nas prateleiras da inutilidade e do egoísmo. 
     Apesar disso, o Cristo nunca se deteve e segue caminhando, até hoje, socorrendo e amparando, fortalecendo e consolando, fazendo a vontade do Pai até os limites do sacrifício para que nós tenhamos o guia e modelo a nos inspirar e apoiar na edificação do Reino de Deus em nossos corações. 
     Por isso, sem nenhum demérito aos milhares de missionários que trouxeram contribuições de inestimável valor a abrirem caminhos na sendo do progresso, ninguém esteve tão à frente quanto o Mestre. Assim, todos aqueles que  buscarem legitimamente, em qualquer tempo e lugar, independente de credos, convenções origem, os legítimos compromissos com o amor e a verdade, materializados na caridade e na fé, constituirão o numeroso grupo dos Seus seguidores. 
 
Saulo Cesar