"A sua fama espalhou-se pela Síria inteira, e trouxeram-lhe todos os que estavam mal, acometidos de diversas doenças e tormentos, endaimoniados, lunáticos e paralíticos; e ele os curou."
Mateus 4:24
Muitos de nós almejam alcançar os chamados cinco minutos de fama para gozar dos holofotes e da admiração pública. Poucos, entretanto, refletem sobre a responsabilidade que tal posição inevitavelmente acarretará.
No momento em que a criatura alçar o podium da visibilidade acorrerão para ela diversas formas de atenção e se poderemos encontrar, entre elas, pérolas de estímulo e verdadeira consideração, forçoso será reconhecer que a grande maioria se constituirá de legítimos representantes dos desequilíbrios e ilusões.
O delinquente procurará encontrar respaldo para seus atos impensados.
A maledicência fixará o olhar, garimpando as pedras que lançará com o objetivo de ferir e menosprezar.
A fragilidade depositará a atenção, como quem transfere a responsabilidade de trilhar o caminho que lhe compete percorrer.
A loucura desferirá golpes de insânia, buscando enfraquecer a base e arrojar o edifício ao nível no chão em que se compraz.
A incompreensão e a intolerância estabelecerão fronteiras e limitações, obstaculizando o avanço dos valores superiores.
Diante dessas investidas, numerosos são os que sucumbem ao abismo das lamentações ou os que lançam lenha ao braseiro dos equívocos destruidores, ampliando o potencial de dano para si e para o próximo.
Com a figura do Cristo, entretanto, passa-se algo diverso. Quando procurado pelas dores humanas relata o evangelista que ele simplesmente as curou.
Meditemos, portanto, no exemplo do Amigo Celeste e, quando e onde a fama nos convocar ao palco da notoriedade, compreendamos que a posição de destaque representará sempre o compromisso com o exemplo a socorrer as chagas da ignorância e o farol a iluminar o caminho do viajando perdido. Do contrário, apagas as fugazes luzes da consideração pública, volveremos à sombra do arrependimento e à indigência na estrada da reparação.
Saulo Cesar
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