Mateus 4:18
Muitas vezes nos aproximamos
dos textos que narram a passagem do Mestre pela Terra, como se a narrativa tivesse
tão somente no conjunto de
exortações a serem seguidas o seu núcleo de valor.
Se é verdade que podemos encontrar aí valiosas orientações a nos guiarem na paisagem
nem sempre clara e segura dos caminhos terrenos, preciso é reconhecer que o Divino Amigo não se valeria unicamente deste recurso para orientar as
almas frequentemente indóceis do seu rebanho.
Compreendendo essa realidade e
munidos de mente e coração sintonizados com a mensagem da Boa Nova, poderemos
encontrar na exemplificação o maior ensino que Ele pôde nos deixar, mesmo nas mais singelas ocasiões.
A passagem registrada por
Mateus é um desses casos cuja significância
poderia facilmente passar despercebida por olhos apressados.
Nós, que caminhamos pelas ruas e calçadas, casas e templos, muitas vezes o fazemos ou de maneira
despreocupada, sem que os elementos que nos cercam chamem-nos a atenção ou, então, nos desligamos do contexto
para conferir cuidado unicamente ao objeto ou assunto que nos interessa. Certo,
em nossa limitada capacidade, não poderemos comparar a postura
do Cristo com a nossa ainda cambaleante nos caminhos da vida. Contudo, o Seu
modelo vivo deve nos inspirar em todas as circunstâncias, razão pela qual não podemos menosprezar as pérolas
do Seu exemplo. Dessa forma, importa considerar a maneira pela qual Ele
caminhava pelas praias do lago de Genesaré.
Onde muitos poderiam ver
apenas a paisagem bucólica ou a atividade mercantil
e pesqueira dos trabalhadores, Ele percebeu algo mais.
Nas mãos calejadas na rudeza do trabalho Jesus percebeu a disposição firme sobre a qual erigiria Sua congregação de discípulos.
Na cooperação em atividades visando ao sustento próprio, Ele observou as tintas da colaboração indispensáveis à realização de toda ação voltada para o Evangelho.
Nos irmãos que ali se uniam pelos laços
de sangue, encontrou Ele o gérmen da fraternidade que
deveria mais tarde unir toda a humanidade nos elos de uma só família.
Os dois homens que recolhiam
da natureza os frutos para a subsistência, estampavam o
reconhecimento e a gratidão que um dia todos os filhos
devotariam ao Pai que tudo provê.
Nos corações ali presentes, ocupados com os afazeres que lhes
competiam, percebeu a boa vontade que age diligentemente no campo de sua
responsabilidade, mas, permanece sempre vigilante ao chamado dos compromissos
espirituais.
A pesca que poderia ser visto
como uma atividade singela e sem relevância, para Ele seria o símbolo de muitos que junto Dele buscariam resgatar as
criaturas afogadas no mar das ilusões.
Compreendamos que na paisagem
do mundo poderemos caminhar apressados ou distraídos,
cegos ou com vistas somente para as pedras do solo, mas, se queremos aprender
com o Mestre, olhemos com mais discernimento e compreensão e perceberemos em tudo e em
todos as oportunidades em forma de semente, as mensagens em forma de símbolos e a essência do Infinito Amor agindo para
que a árvore do bem cresça e floresça ofertando frutos de vida
para todas as criaturas.
Saulo Cesar
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