"Diz-lhes: Vinde após
mim, e vos farei pescadores de homens."
Frequentemente encontraremos
aqui e ali criaturas a exigirem demonstrações de fé e ação correta ao comportamento do
próximo como quem reclama plantio
específico para campo alheio.
Tais exigências costumam partir dos púlpitos
da pregação, mas também poderemos encontrá-las em amigos, genitores,
filhos, cônjuges, familiares e mesmo
estranhos, convertidos, momentaneamente, em arautos da verdade a ceifar a eira
do vizinho dos supostos joio.
Considerando, contudo, a
conduta do Cristo, tal comportamento não encontrará, no seu conjunto de exemplos, qualquer justificativa.
O convite feito aos pescadores
não representa exortação exclusiva a conduta alheia, nem imposição de ação aos passos dos outros.
Quando propôs aos companheiros das
primeiras horas a tarefa de resgatar a criatura humana presa aos mares dos equívocos o Mestre se prontificou a ir primeiro, pois
solicitou-lhes "Vinde após mim".
No campo das relações, contudo, encontramos muitas vezes postura diversa.
Corrigendas são distribuídas por aqueles que lhe
poderiam atender ao reajuste tanto quanto quem lhes ouve.
Críticas convertem-se em holofotes das práticas alheias, mantendo nas sombras da intimidade igual ou
pior conjunto de atitudes.
Orientações severas são impostas como peso
excessivos por quem não suportaria carregá-lo nos próprios ombros.
Meditemos, portanto, sempre
que estivermos em situação de prodigalizar conselhos ao
próximo, se, contemplando a
estrada percorrida pelos próprios passos, não nos encontramos ainda distante do ponto que indicamos e,
constatada essa realidade, empreguemos esforços
em atingi-lo primeiro para só então fazer o convite legítimo a quem caminha na
retaguarda.
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