Mateus 3:5
Na
busca de compreensão e entendimento, iluminação e fé, várias pessoas juntam-se
querendo filiar-se ao novo símbolo do momento, principalmente se este aparece
vestindo a túnica da novidade sob os holofotes da publicidade. Multiplicam-se,
assim, gurus e mestres de toda a sorte, ofertando pílulas de felicidade de
fácil deglutição e difícil digestão.
Receitas,
tabelas, métodos e regras novas, quando surgem, encantam a multidão que se
movimenta nesta ou naquela direção, qual imenso volume de água a se ajustar às
formas do leito de pedra.
Findo
o período inicial de deslumbramento, contudo, verifica-se quase sempre uma
repetição da mesma sequência de eventos. O desânimo sucede a empolgação e a
mesmice fixa-se sobre novidade. Recolhem-se, então, no leito da inércia,
aguardando as notícias da nova moda para repetirem o ciclo.
Considerando
que existem em todos os tempos e lugares expressões da Providência Divina
adornadas com os elementos de época e costume do véu exterior, mas guardando a
verdade eterna em sua essência, por que razão se verifica esse movimento
incessante na direção das coisas “novas”?
É
que o homem muitas vezes movimenta somente o corpo sem lhe alterar interesses e
perspectivas. Deslocam-se os pés, mas a alma permanece presa ao egoísmo. Idéias
se sucedem apresentando-lhe o sentido da vida de mil formas, mas os sentimentos
permanecem imóveis na miopia do orgulho.
Assim
sendo, como as manifestações externas tem por móvel os impulsos do interior, é
natural que estes, não se alterando, que aquelas retornem ao estado primitivo
de ajustamento, porquanto ninguém é capaz de sustentar a inconsistência por
período muito longo.
Poderão
circular toda a Terra, multiplicando-se o patrimônio cultural, mas terminando
por voltarem ao mesmo ponto de partida e reencontro com o “eu” de expressões
inalteradas.
Por
essa razão, enquanto a criatura humana não se dispuser a empregar bons esforços
na transformação de si mesma, valendo-se dos recursos que estão ao seu redor,
continuaremos a ver o fenômeno que se deu às margens do Jordão, quando muitos
foram em busca do Batismo do precursor para, algum tempo depois, sufocar a
promessa de renovação na cruz infamante dos próprios deslizes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário