Mateus 3:6
Larga parcela da humanidade vive em
situação de conflito consigo mesma. Entre o que gostariam de ser e o que
realmente são estende-se grande abismo. Considerando o que intentam realizar e
as edificações que concretizam, percebem inconfundível diferença. Colocando na
balança o peso dos comportamentos que consideram corretos e os que realmente
concretizam, pendem-se os pratos assinalando a ausência de igualdade.
Diante dessa constatação, abrem-se
diversos caminhos adotados segundo as disposições e possibilidades individuais.
Alguns dotados de raciocínio, mas
não de auto-crítica, formulam teorias que ajustam o que são ao que consideram
correto, pela flexibilização de juízos ou pelo abandono de critérios válidos em
favor de outros, obscuros e parciais. Iludem-se, esperando que o Oasis se
mantenha real, para reconhecerem-se mais tarde a impossibilidade de aplacar a
sede com grãos de areia.
Outros caem nas estradas da
lamentação, encontrando em tudo e em todos as causas dos próprios equívocos,
manietando as próprias possibilidades de ação, até que pelo hábito privam-se
das condições de realização, convertendo-se em paralíticos da vontade, que
somente o esforço de reconstrução de si mesmo poderá levar ao reestabelecimento
das forças para que a jornada prossiga.
Há ainda os que, identificando as
diferenças, entre o que intentam ser e o que são, fecham-lhes os olhos,
recolhendo-as ao porão do esquecimento, como quem estando diante de detritos
que necessitam ser retirados permanecem imóveis, enquanto os germes se
proliferam aumentando a dificuldade que a tarefa de limpeza exigirá mais tarde.
Outros ainda adotam a culpa por
companheira, convertendo-se em carrascos de si mesmos, sem permitir-se a
liberdade construtiva.
Felizmente, cedo ou tarde,
reconhecem que tais condutas não passam de equívocos. Teorias falsas não mudam
fatos; justificativas não edificam; negação não altera a realidade, tanto
quanto a auto-flagelação não redime nem cura feridas.
Vencidas essas etapas, resta à
consciência, que reconhece os próprios erros, mergulhar novamente no rio da
vida e renascer para uma nova postura de reconstrução e edificação, valendo-se
das águas da Misericórdia Divina que tudo recolhem, ofertando sempre a
possibilidade de escrevermos novas e belas páginas no livro eterno de nossas
experiências.
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