Mateus 3:1
Os
corações humanos revestem-se de variadas paisagens. Alguns há que repletos do
apego ao ouro e ao dinheiro, convertendo-se em cofre inexpugnável, onde a
caridade não entra e o amparo não sai. Outros tornam-se vales de fantasias a
fazerem florescer rosas de vento, que a realidade rapidamente desfaz. Há ainda
aqueles que acumulam os sicômoros da inteligência, obstando a luz de chegar à
erva nascente.
Não
importa o tipo de vegetação cultivada, se elas não derivam da semente do amor e
da fraternidade, do perdão e da tolerância, ensaiando os frutos da misericórdia
e do progresso para o espírito, o tempo se incumbirá de transformá-las em
deserto de realizações verdadeiras, porquanto tudo o que se afiniza
exclusivamente aos elementos materiais, encontrará o pó como destino
derradeiro.
Nesse
estado, onde os vazios se alargam, convidando a reflexão pelos caminhos da angústia,
encontraremos outra sorte de corações, convertidos em campos desertos. Muitas
vezes, contudo, será somente aí, quando a algazarra dos ruídos silenciam, é que
a alma poderá ouvir o chamado para uma nova maneira de conduzir os próprios
destinos.
Por
esta razão, o precursor do Querido Amigo não escolheu os palcos de Jerusalém,
nem os templos da Samaria para fazer ouvir a sua voz. Preferiu o deserto para
onde acorriam os que, já fartos das manifestações exteriores, procuravam uma
mudança de sentimentos e pensamentos, a fim de reverdecer a paisagem da própria
existência.
Assim,
se te encontras frustrado e abatido, sentindo o vazio de significado em tua
vida, silencia um pouco e ouvirás a voz de Deus proclamando o caminho da glória
para ti, através do convite da esperança em dias melhores, ricos frutos
verdadeiros que lhe alimentarão a alma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário