“para que se cumprisse o que foi dito através dos profetas: Será chamado Nazoreu.”
Mateus 2:23
O poder da força coroou homens e mulheres com o título de reis, césares e faraós.
A sagacidade da inteligência ornou com o adjetivo de sábios os indivíduos que se destacaram no campo das idéias.
A habilidade e a graça artísticas foram alçadas ao pódio, recebendo os troféus do reconhecimento público.
Diversos são os títulos que reconhecem, na multidão, os que se destacam por esse ou aquele patrimônio de realizações e feitos. Justo é que a coletividade traga adereços, que lhe permitam distinguir os que fogem ao conjunto da normalidade.
Mas, qual o título poderia ser atribuído ao amor mais puro que já habitou entre nós?
Qual coroa poderia adornar a fronte Daquele que foi o representante máximo do reino de Deus entre os homens?
Qual troféu ou medalha poderiam ser dados Àquele que venceu o mundo, apontando o caminho da redenção para os aflitos e necessitados?
Como reconhecer o heroísmo de quem foi capaz de entregar a própria vida para que Seu gesto sirva de alento e esperança para milhões de pessoas?
Por certo que nossas mentes, acostumadas às representações exteriores, procurariam, no mundo, recursos para responder a tais indagações. Durante séculos, vitrais, ouro e prata, tijolos e barro, mármore e bronze foram trabalhados como tributo Àquele que veio das esferas das luzes apontar o caminho da claridade. Todas essas manifestações, se louváveis pela perspectiva das intenções, representam equívocos quanto às oferendas apresentadas. Como pagar com as cinzas e o pó, que o vento transporta para longe, a água da vida que jorrou do coração do Cristo?
Enquanto não reconhecermos que Jesus veio para que edifiquemos o Reino de Deus sobre a face da Terra, utilizando o sentimento e a boa vontade como insumo e ferramenta, permaneceremos incapazes de entender a dimensão de Sua figura.
Sábios foram os apontamentos dos profetas da antiguidade, que não revestiram o Divino Amigo das vestes transitórias, mas da virtude da simplicidade e da renovação.
Se queremos reconhecer o Cristo em nós, não elenquemos as titulações seculares, mas identifiquemos a renovação de sentimentos e pensamentos, e trilhemos o caminho do serviço ao semelhante, porquanto somente na sintonia do amor e da caridade poderemos talhar em nós a condição de Seus discípulos.
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