Mateus 2:20
Imensa maioria de pessoas, nos dias atuais, alega encontrar-se distante dos objetivos e ideais que estabeleceram para a própria vida. O trabalho que se lhes afinizaria com as faculdades parece-lhes inalcançável. A família que acalentaram apresenta-se sob o manto da incompreensão. Os projetos frustrados sucedem-se uns aos outros. A saúde debilitada torna-se inarredável limitador. Os recursos escassos postergam sonhos e realizações. Tudo lhes parece incondizente e inadequado, tal qual fossem viajantes em país longínquo e indesejado, compartilhando de cultura estranha.
É verdade que no cômputo das experiências de nossa existência no mundo, muitas vezes, somos levados a percorrer estradas diversas, a fim de fortalecermos e enriquecermos nossa bagagem de valores, ampliando os horizontes de nossas possibilidades, ou ainda, com o propósito de nos mantermos afastados de caminhos que representariam maiores perdas. Mas, vencidos os desafios e achando-se de posse de novas perspectivas, por que razão permanecem tantos acorrentados à lamúria e à inércia? Por qual motivo é grande o número dos que paralisam a marcha, fixando-se nos limites estreitos do pretérito, furtando-se ao alcance das conquistas de si mesmo?
Devemos reconhecer que feridas necessitam de tempo para cicatrização, e qualquer lição, para ser adequadamente internalizada, reclama o concurso da reflexão, mas o ferimento, frequentemente revolvido, prolonga desnecessariamente a recuperação, e a lição excessivamente meditada, longe dos campos da ação, tem seu valor reduzido.
Reconhecendo-se cada um como filho legítimo e amado da Divina Providência, há que se harmonizar essa convicção com a certeza de que o Pai, bom e justo, reserva para seus filhos sempre o melhor lugar de acordo com as características distintivas e as necessidades de progresso de cada um. Contudo, quantos se propõem a levantar e ir na direção para a qual a voz da consciência os impele? Quantos preferem permanecer onde estão pela escassez de coragem para enfrentar o desconhecido?
Para todos os que caminham no solo das experiências transitórias, é importante observar o chamado do mensageiro a José. Ele não requisitou o inventário das situações, tampouco recolheu o rol das expectativas, disse primeiramente "levanta-te", pois que sem esse primeiro impulso os próximos passos tornar-se-iam impossíveis, passou em seguida a apontar-lhe a direção a ser seguida de acordo com a vontade do Senhor.
Por essa razão, se nos consideramos arrojados longe das conquistas legítimas que nossa alma almeja, sigamos o exemplo do carpinteiro de Nazaré e atendamos ao chamado, pondo-nos de pé, pois Deus, que é a sabedoria e o amor infinito, saberá apontar-nos a direção a ser seguida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário