“Raquel chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque não mais existem.”
Mateus 2:18
Quantas dores e quantas lágrimas foram deflagradas quando a criatura humana defronta-se com o término da existência material de um ser querido ao seu coração?
Quantas angustias causadas pelo vazio deixado pelos que já se foram desse mundo em direção à nova pátria?
Quantas lamentações foram enfileiradas sobre os túmulos dos que partiram para o país da morte?
Em todos os tempos encontramos corações que, como a celebre esposa do patriarca Jacó, não desejam as palavras de apoio, por crerem-se privados definitivamente da presença dos que amam. Questionam-se: onde a Justiça Divina que arrebata a ternura do seio materno ou retira a esperança dos braços paternos?
Tal estado de sofrimento perdurará enquanto permanecermos na selva do materialismo; enquanto nossos horizontes se encarcerarem nos limites da existência material, a dor será a inevitável companheira das horas de despedida.
Contudo, é de todos os tempos o chamado a que o homem reconheça, em si e no próximo, o sopro Divino, que se estende para além da fronteira da grande passagem.
No ontem e no hoje a consolação é a semente que brota no solo da fé.
Lágrimas de saudade secarão ante a esperança do reencontro.
Ferimentos do corpo e da alma encontrarão o lenitivo nas águas do futuro luminoso.
Perdas tidas como irreparáveis converter-se-ão em afastamento temporário.
Se te defrontas com o desespero da perda, silencia teu pranto no manto da fé, pois que a morte, como término da vida, não existe. É ela mero portão que a alma cruza, abandonando os despojos que lhe serviram de escola, para continuar sua estrada de ascensão para Deus.
De todos os tempos foram os choros e os prantos, mas de toda a eternidade é a consolação:
A vida continua...
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