"O evangelho, em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem o conhecimento e a aplicação de todos os detalhes. ... A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida."


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Livro Renúncia
2ª Parte - cap. III - Testemunhos de fé



Não temas


“Após ter cogitado estas coisas, eis que em sonho apareceu-lhe um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo.”
Mateus 1:20


Vivendo no mundo das formas transitórias e perecíveis, defrontamo-nos frequentemente com infortúnios e contrariedades. Aqui é um projeto que não logrou o sucesso, acolá uma devoção que encontra a ingratidão como pagamento, mais adiante o choque contra o muro da incompreensão. Ao influxo dessas ocorrências a nossa onda mental desloca-se das vibrações mais elevadas para sintonizar com o pessimismo e a descrença, abrindo espaço para o desânimo e o crime.
Entretanto, mesmo nesses momentos em que nossas cogitações nos afastam do caminho correto, não nos faltam os Mensageiros Celestes a nos estimular melhores reflexões.
Em primeiro, nos alertam quanto a nossa origem de filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança, embora necessitados ainda de burilar sentimentos e fé na escola da vida.
Em seguida, buscam afastar de nós o fantasma do medo, gerador de tantos infortúnios e calamidades, reforçando a fé na Divina Providência, que quer acima de tudo o bem de suas criaturas.
Posteriormente, nos incitam a refletir que tudo o que nos ocorre, todas as circunstâncias e pessoas que cruzam o nosso caminho, representam oportunidade valiosa de crescimento e fortalecimento, ainda que portadores de dores e aflições, pois que nada ocorre longe da vontade do Pai, e sendo Ele justo e bom, não sobrecarrega com peso excessivo os ombros de seus filhos.
Frequentemente, o infortúnio do momento será a mão que nos segura ante a eminência de queda mais grave.
O problema que nos aflige hoje será a lição preciosa do amanhã, que nos habilitará abrir novas portas de progresso.
O irmão que contamos como desafeto e inoportuno, será convertido no futuro em companheiro a nos aliviar o peso das vicissitudes, convertido pelo nosso exemplo de tolerância, compreensão e perdão.
Mas, em quaisquer dessas situações, mesmo diante dos mais fervorosos apelos, competirá a cada um, no exercício do livre arbítrio e sob tutela da lei de responsabilidade, escolher agir e reagir segundo os avisos e orientações, alcançando a paz em meio à tempestade, ou seguir adiante, alimentando a fornalha dos pensamentos perturbadores que consumirão as boas energias, convertendo-as em cinzas de inutilidade.

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