Consequências - Mateus 2:17

“Então cumpriu-se o que foi dito através do profeta Jeremias.”

Mateus 2:17

            A história da humanidade é marcada por incontáveis equívocos que se repetem ao longo do tempo, como testemunhas de que, frequentemente, optamos pela via do aprendizado através da dor e do sofrimento.

Quantos reinados perpetraram guerras sanguinolentas para conquistar mais domínios e poder, furtando-se ao compromisso de edificar e cooperar com o progresso do mundo, para verem a si mesmos arrojados nos precipícios da destruição em quedas mirabolantes?

            Quantas comunidades adentraram a selva do egoísmo e do preconceito, encontrando nas sombras em que se lançaram as feras devoradoras de suas mesquinhas realizações?

            E no campo individual, quantas criaturas, afastando-se voluntariamente do caminho da paz e do equilíbrio, viram-se afundando nas areias do vício e da loucura?

            Se relacionarmos a cadeia de eventos que conduziram a essas derrocadas, públicas ou silenciosas, perceberemos que nunca faltou, por parte da Divina Providência, os avisos oportunos, os chamados de alerta, as mãos de socorro, as placas de advertência. Contudo, muitas vezes tais recursos encontraram os olhos cerrados, os ouvidos surdos e as mãos da indiferença.

            Prosseguindo a criatura humana ignorando os avisos postos, em seu trajeto de descaso consigo mesma e com as leis que vigoram para o equilíbrio e o progresso, encontraria, talvez, armadilhas das quais não conseguiria escapar pelos próprios recursos.

            Mas, o Amor Divino, quando sussurra e não é percebido, fala e não é ouvido, nem por isso deixa de amar-nos e aguardar-nos, esperançoso de que, como filho amado, lhe retornemos aos braços ainda que trazido pela via do sofrimento.

            Enquanto não formos capazes de reunir em nós as condições para que a Boa Nova cresça e o Reino de Deus se estabeleça em nossos corações, ouviremos a voz do profeta ecoando do passado longínquo a prenunciar o futuro próximo de lágrimas e pranto.

            Não importa, contudo, quão acerbas sejam as investidas do mal, o bem prevalecerá sempre, obedecendo aos desígnios Divinos, que estabelecem o descaminho como uma escolha, a dor como sua consequência e o Amor do Pai como a soberana mão de socorro.