"O evangelho, em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem o conhecimento e a aplicação de todos os detalhes. ... A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida."


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Livro Renúncia
2ª Parte - cap. III - Testemunhos de fé



Por que te irritas? - Mateus 2:16

“Então Herodes, percebendo que fora enganado pelos Magos, enfureceu-se ao extremo e mandou eliminar todas as crianças, em Belém e em todo seu território, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo que averiguara junto aos magos.”


Mateus 2:16

            O orgulho e a vaidade frequentemente conduzem os seus cultuadores a uma posição em que superestimam o seu papel no palco das realizações humanas.
            Julgam-se indispensáveis, sem refletir que não houve sequer um grande rei ou monarca, que não tenha sido substituído no transcurso do tempo.
            Consideram-se únicos, colocando-se em posição de destaque perante o próximo, menosprezando a contribuição e a posição alheia, olvidando que somos todos filhos do mesmo Pai.
            Valorizam as próprias concepções e idéias, conferindo-lhes caracteres de verdades inquestionáveis, tornando-se impermeáveis ao fluxo renovador que o intercâmbio proporciona e sem o qual o progresso seria paralisado.
            Tais posições conduzem, inevitavelmente, ao encontro com a verdade que desnuda-lhes a pequenez de perspectivas. Confrontados nas suas ilusões e interesses, convertem-se em campos de ira, onde a violência física, verbal ou emocional torna-se a resposta que apresentam como resultado da mente enfermiça, ainda incapaz de compreender a realidade além dos estreitos limites em que se encarceram.
            Nesses momentos, pessoas, idéias e coisas que se encontram dentro do seu raio de atuação tornam-se vítimas de suas ações desequilibradas, tão só por se assemelharem ao que se lhes parece uma ameaça ao status em que se encontram.
            Muitos de nós agimos dessa maneira, sendo que o que nos distingue uns dos outros é menos a diferença de intenções do que as possibilidades de agressão que se encontram à nossa disposição.
            Um companheiro nos aponta uma falha? Apressamo-nos em denegrir-lhe a imagem.
            Interesses próprios são perturbados? Enchemos o cálice da vingança silenciosa.
            Somos tratados com menos consideração do que nos julgamos merecedores? Abrimos nossa casa mental para a entrada do preconceito.
            Se ainda estagiamos nesse patamar de aprendizado, apressemo-nos à mudança de postura, angariando recursos que nos habilitem a agir e construir, aprender e amar, compartilhar e respeitar, porquanto mesmo que disponhamos, como o monarca dos tempos de Jesus, de poder suficiente para determinar a morte de milhares, seremos incapazes de impedir o nascimento da luz, cabendo-nos simplesmente responder perante o tribunal Divino da consciência, pelos equívocos e dores causados e perpetrados, tendo que repará-los e corrigi-los com o suor e as lágrimas, onde haverá pranto e ranger de dentes.

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