“Então o diabo
o levou à cidade santa, o colocou sobre o pináculo do templo,”
Mateus 4:5
Posições
de destaque na paisagem humana frequentemente ocultam os caminhos, motivos e
companhias que conduziram os seus detentores ao ponto aparentemente elevado em
que se encontram.
Políticos
inescrupulosos galgam os palanques da representatividade valendo-se dos
discursos vazios ou dos conchavos obscuros.
Empresários
e administradores podem revelar vasto patrimônio acumulado pela subtração do
esforço alheio.
Mesmo
líderes religiosos, cuja conduta deveria espelhar-se no exemplo de humildade e
serviço do Cristo, algumas vezes convertem-se em lápides a obstar o acesso à
verdade que liberta e ao amor que ampara.
Todas
essas situações, com as exceções compreensíveis e louváveis, representam riscos
de fracasso fragoroso, uma vez que, tendo alcançado a posição estimada, muitos
se lançam à quedas fantásticas.
Representantes
que olvidam os compromissos com a coletividade em favor dos interesses próprios
amargarão mais tarde a subserviência involuntária.
Espoliadores
de recursos alheios acertarão as contas com as leis da vida, tendo que
restituir pelo suor, trabalho e sacrifício aquilo do qual se apropriaram
indevidamente.
Cegos
guiando cegos terminarão no abismo das sombras.
Analisemos
sempre nossos sentimentos e motivações com espírito crítico e desassombrado, a
fim de trazermos à luz da consciência o móvel profundo que nos inspira,
lembrando sempre que o próprio Cristo, quando alçado ao pináculo do templo, foi
conduzido pelo adversário do bem e da justiça, a fim de ser testado. Dada a grandeza
de sua figura, a tentação simbólica não atingiu o objetivo, mas, quanto a nós,
em nossa fragilidade e insegurança, há que se questionar se dispomos de
suficiente força moral para, atingindo postos de destaque pelas vias
equivocadas, teremos outro destino que não a queda inevitável.
Guardemo-nos,
portanto, do erro do agir sem refletir para que não caiamos nas armadilhas que
o mundo muitas vezes nos oferece.
Saulo Cesar
Saulo Cesar
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