"Ao
ouvir que João fora entregue à prisão, retirou-se para a Galiléia"
Mateus 4:12
Muitas
vezes a criatura humana procura o concurso do alto acreditando que ele virá na forma de absolvição imerecida ou de conivência irresponsável, esquecendo-se de que no cômputo da Justiça Divina, muito embora a
misericórdia atue sempre para
equilibrar recursos e exigências, considerando a
capacidade de aproveitamento de cada indivíduo nas experiências em que estagia, o equilíbrio
dos elementos, circunstâncias e sentimentos será a porta libertadora que cada um buscará cruzar a fim de ascender para novos patamares de redenção e trabalho.
Afetos
hoje desrespeitados volverão ao nosso caminho em formas
variadas de compromissos e abnegação.
Lesões e subtrações ao patrimônio alheio serão, cedo ou tarde, convite a
esforço extremado em atividades diversas.
Oportunidades
desperdiçadas no hoje converter-se-ão em objetivos buscados a custa de tempo precioso e de
escassas energias.
Tanto
quanto lesões auto infringidas ao corpo
resultarão em feridas a exigirem
cuidados para a adequada cicatrização, equívocos do passado nos convocarão
ao sagrado ministério do trabalho e do amor a
fim de que alcancemos a paz que resulta da consciência
quites com a vida.
Diante
dessa realidade, muitos de nós apressadamente concluiriam que o amparo do alto
se converte unicamente no malhete da justiça a sentenciar a pena conforme
o delito. Refletindo, contudo, acerca da infinita fonte do bem que nos envolve,
perceberemos que se o Pai nos oferece a possibilidade da reparação como acesso ao progresso, Ele nunca nos faltará com o amparo e a força para vencermos os obstáculos e desafios que a vida nos oferecerá a conta de escola de nossas almas.
Por essa
razão quando analisamos com
cuidado a postura do Cristo diante de João Batista, o Seu precursor, quando
chegou o derradeiro momento em que este deveria ir ao encontro do próprio martírio, reconheceremos não o descaso ou a indiferença do Mestre ante o amigo dos primeiros dias. Lembremos-nos que a divina missão do Cristo destinava-se ao conjunto da humanidade e que
seu verbo deveria ressoar pelos corredores da eternidade. Ele, entretanto,
antes do início de seu ministério público, como assinala o
evangelista, foi primeiro ao encontro do Batista oferecendo-lhe a certeza de
que havia chegado o momento em que a luz brilharia para os povos através de Seu exemplo e que os horizontes da esperança se estenderiam muito além
dos portões frios da morte do corpo. João poderia, assim, seguir seu caminho, com a certeza de dias novos a se abrirem e não sem o abraço do Divino Amigo e a Sua
palavra de conforto e fé.
Assim,
quando a vida lhe cobrar tributos de sacrifício
ou oferecer-lhe a taça de fel que deverá ser vertida até a derradeira gota, rememora
atentamente os dias pretéritos e encontrarás, invariavelmente, a mão
de Deus cultivando em teu íntimo a semente de vida nova,
cujos frutos colherás, mais tarde, sob a forma de
bênçãos e paz, e caminha resoluto e confiante de que recebestes,
nas provas da vida, as chaves da própria libertação.
Saulo Cesar
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