“Entrando na casa, viram a criancinha com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, a reverenciaram;....”
Mateus 2:11
Muitos crentes sinceros adotam curiosa postura ao adentrem os recintos do culto. Anotam os detalhes da decoração, registram a vestimenta dos visitantes, observam, em minúcias, o comportamento alheio.
Entram na religião, sem que esta se insira, verdadeiramente, em seus corações. Tudo observam, sem que se lhes altere as perspectivas em que se aprisionam.
Por essa razão, vemos ainda hoje o orgulho se destacar dos altares de adoração, e o egoísmo imobilizar recursos, quando desde o princípio o Mestre nos chamou à humildade e à caridade.
Se essa conduta se verifica portas adentro dos templos religiosos, que não se encontrará quando as pessoas retornam aos seus afazeres, longe dos olhares avaliadores dos companheiros de crença? É natural que a forma de agir, longe dos freios que o julgamento imprime, se expresse com tonalidades mais vivas de equívocos.
Contudo, é imperioso que lembremos que a casa do Pai é o conjunto dos mundos infinitos e todos os cantos, ricos ou singelos, são cômodos dessa grande morada, a oportunizar lições para o espírito em evolução. E, sendo Jesus a mais perfeita expressão de sintonia com o Pai, grave engano seria esperar encontrá-lo restrito a este ou àquele departamento. O Divino Amigo estará em todo lugar, sendo a nossa miopia espiritual a razão de não reconhecê-lo nos menores detalhes da escola da vida em que estagiamos.
Desde o momento em que despertamos para o dia, adentramos na casa Paterna e se dispusermos de suficiente sensibilidade, poderemos encontrar o Cristo em todos os lugares e circunstâncias.
Obviamente que, quando assim passarmos a reconhecer o mundo que nos cerca e a vida que nos abriga, seremos tomados pelo desejo de gratidão e reverência. Mas, ainda aqui precisamos entender que Jesus espera de nós não a genuflexão do corpo, mas a humildade legítima que dobra o orgulho da criatura ante o Criador, tanto quanto não aguarda a reverência externa, mas o louvor do suor vestido no trabalho em prol do próximo.
Anotemos com cuidado a atitude dos magos, a fim de apreendermos o ensino oportuno.
Se já nos encontramos de posse de valores espirituais que nos habilitem a reconhecer que, ao adentrar na vida, fomos recebido na casa de Deus, esforcemo-nos para proceder com humildade e espírito de serviço, a fim de que não sejamos tomados à conta de visita inoportuna.
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