“eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, dizendo: Levante-te, toma a criancinha e sua mãe, e foge para o Egito; permanece lá até que eu te diga, pois Herodes há de procurar a criança para matá-la.”
Mateus 2:13
Nem combate aberto, nem fuga indefinida.
Nem desprezo pela missão, nem ação temerária.
Nem violência no agir, nem passividade conivente.
Se a humanidade houvesse ouvido e compreendido o aviso do mensageiro do alto, milhões de criaturas teriam sido poupadas de destinos dolorosos e muitos rios de lágrimas e sangue ter-se-iam secado na fonte. Ao contrario, contudo, por muitos séculos a dedicação ao Evangelho foi medida de acordo com a força da espada.
E ainda hoje, quando a evolução das leis torna a preservação da integridade física limite aos embates religiosos, encontramos lutas fratricidas no âmbito verbal, em que sentimentos são desconsiderados ou esmagados sob o peso da lógica fria distante do amor. A palavra que liberta é freqüentemente distorcida para que se converta em cárcere de consciências.
É verdade que em todos os tempos os portadores do esclarecimento sentirão os apupos da ignorância. Aqueles que buscam ideais mais altos serão sobrecarregados com o peso da cruz da incompreensão e os que estimam mudanças achar-se-ão acorrentados pelos interesses inferiores.
Nessas circunstâncias, contudo, recordemos que a orientação do alto é clara: não é através da violência, que muitas vezes porá em risco todo o projeto, que devemos agir. Tampouco aguardar que sejamos pisoteados pelos que andam na estrada do equívoco. Devemos sim, recolher o que temos de mais sagrado, que são os valores e virtudes de que já dispomos e nos dirigirmos ao íntimo das reflexões, aguardando que no momento oportuno seremos chamados à ação edificante.
Se nos achamos de posse de alguns valores espirituais, lembremos que a Divina Providência jamais esperou de nossas mãos a fonte da justiça destrutiva. Cabe esta ao tempo, que inexoravelmente converterá o orgulho em pó e a vaidade em vento, quando convocar-nos ao país da verdade, pelo decreto da morte, tal que ocorreu com o monarca Herodes.
Esperemos, conservando o que é puro e sublime, que cedo ou tarde situação oportuna surgirá para que colaboremos com a obra do bem.
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