"O evangelho, em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem o conhecimento e a aplicação de todos os detalhes. ... A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida."


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Livro Renúncia
2ª Parte - cap. III - Testemunhos de fé



A quem convém

“Respondendo, Jesus lhe disse: Permita, no momento, desta maneira, pois nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele permitiu.”

Mateus 3:15

 

            O mundo é muitas vezes palco de curiosa assimetria entre posição e atitude.

            Notórios peritos, instados à posição de destaque pela habilidade na interpretação das leis que regem a coletividade, convertem-se, às vezes, em garimpeiros a serviço de interesses individuais.

            Representantes dos anseios dessa ou daquela parcela da população tornam-se mesquinhos defensores de interesses particulares e egoístas.

            Sacerdotes, empossados no papel de revelar a verdade para que as consciências se libertem, transformam-se em carcereiros das idéias alheias, acorrentando vasto numero de adeptos aos grilhões do dogmatismo e do sectarismo.

            Fiscais que deveriam zelar pelo cumprimento da lei de igualdade aproveitam a autoridade para constituírem regimes de exceções a benefício próprio.

            Todos os que assim procedem atribuem conscientes ou inconscientemente a outrem o que a eles compete realizar.

            E encontraremos na escola do dia-a-dia iguais motivações a levarem ao desrespeito do sinal que organiza o trânsito; a conversão da via pública em depósito do lixo privado; ao furtar-se na observância do direito alheio nas organizações de filas.

            O exemplo do Cristo no encontro com João, contudo, não deixa dúvidas quanto a qual seja a postura correta. Ali estavam, frente a frente, o Messias e Seu arauto, que poderiam arrogar para si elementos justos de distinção, porém, Jesus foi claro ao observar: “a nós convém o cumprimento de toda a justiça.”

            Portanto, nos afazeres da vida, sejam públicos ou privados, grandiosos ou humildes, lembra que, se a ação lhe compete, também lhe convém cumprir o que é certo e justo, a fim de permanecerdes de posse do passaporte da consciência tranquila a lhe facultar a permanência no reino da paz.

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